quarta-feira, 29 de julho de 2009


"Crescimento na santidade"


Pe. Luiz Carlos de Oliveira

Libertação do mal
A santidade não tem medida, pois Deus é infinito e a santidade que vivemos é participação na infinita santidade de Deus. O crescimento na santidade não se faz por graus. Pelo batismo recebemos, em germe, o que precisamos para crescer e produzir frutos. O que agrada o Pai, diz Jesus, é que deis muitos frutos e vosso fruto permaneça (Jo 15,16). Há um caminho a ser percorrido. As etapas espirituais não são tempos separados, mas nos acompanham toda vida. Os pecados prejudicam muito nosso caminho espiritual. É necessária a conversão. O caminho espiritual exige a superação dos males. Procurar sair dos pecados conscientes e dos defeitos, é sinal de crescimento. O que falta é o exame de consciência para sabermos onde nos prejudicamos. Quem não se examina, não cresce. Isso é como dizia o povo com respeito aos exames médicos: "Vai procurar, acha!". Melhor examinar a consciência do que deixar que os pecados criem raiz em nós. Depois não temos forças para vencer. A conversão se faz por um esforço pessoal e pela ajuda da graça. Daí, a importância da confissão que, além de nos ajudar com o perdão, nos fortalece com a graça do sacramento. Podemos pensar: não dou conta de vencer! É mais forte do que eu! Mas a graça do sacramento é a presença de Jesus médico, curador, sustento e fortaleza. Um passo dado à frente já é uma vitória muito grande. O pouco que vença é muito. A graça de Deus é maior que nossa fragilidade. O primeiro estágio é a libertação dos males. Pecados sempre teremos, pois quanto mais perto de Deus, mais vemos nossas fragilidades. Quem cresce em Deus tem mais sensibilidade e vê melhor como melhorar. Converter-se é o primeiro passo.


Contemplação - busca de Deus
A segunda etapa é a contemplação. Para falar desta verdade é preciso vivê-la. E ainda me falta muito. Contemplação não é um milagre nem é impossível. É caminho aberto para todos. Contemplar é crer em Deus amando. Nós o realizamos por meio da oração. Contemplação tem muita variedade. Estou contemplando quando começo a perceber que Deus é realmente importante na minha vida, quando tenho interesse de entrar em contato com Ele pela oração. Contemplamos quando somos capazes de perceber a presença de Deus, não visível, mas real; não pelos milagres, mas pelo amor. Quando o amor faz parte de minha vida, já estou no caminho. Digo que amo a Deus quando amo os outros: "Todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus. E todo o que ama ao que gerou, ama também o que dele nasceu" (1Jo 5,1). A contemplação não é um privilégio de poucos. Todos podem contemplar a Deus. Nosso povo bom e fiel contempla Deus em tudo! A oração é fruto deste encontro com Deus. Se amamos a Deus, conversamos com Ele, isto é, rezamos.


Mística - ensinados por Deus
A mística é um assunto difícil, pois é uma realidade que sai fora do controle humano. É um momento divino na vida. A mística não depende de fase, nem de esforço humano. Depende de Deus. Hoje se dá nome de mística a muita coisa, mas a mística é um encontro com Deus no qual Ele toma posse da pessoa e Se dá num ato de amor que marca para a vida. É um conhecimento de Deus pelo amor. Nesse encontro somos instruídos por Deus que nos faz penetrar em seu mistério, sua vida. Conhecemos a Deus pelo amor. Neste estágio conhecemos Deus como uma Pessoa que nos ama e não como uma doutrina ensinada. Só podemos colaborar com este amor. Podemos passar por isso sem perceber. Alguém pode explicar o que aconteceu conosco. Saber que Ele nos ama, é maravilhoso.


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